O LADO OCULTO - Jornal Digital de Informação Internacional | Director: José Goulão

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CRONOLOGIA DE UMA PROVOCAÇÃO ATERRADORA

No dia 24 de Março deste ano, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, assinou o decreto 117/2021 no qual determina que a política oficial do seu regime é a de “reconquistar” a Crimeia à Rússia; e identifica o porto de Sebastopol como alvo prioritário desta estratégia. A iniciativa foi acompanhada pelo transporte de avultados meios de guerra, incluindo comboios de tanques, em direcção ao Leste ucraniano, a região onde Kiev tem mantido um cerco e actos de guerra contra as populações civis, essencialmente a cargo de unidades militares e paramilitares nazis. A decisão de Zelensky provocou uma reacção simétrica por parte da Rússia: reforço das capacidades militares na Península da Crimeia e nas imediações da fronteira oriental da Ucrânia. A comunicação social corporativa, sobretudo a “de referência”, só conta esta parte da história, encaixando-a na narrativa da “agressão russa”. Para se ter uma noção da real gravidade da situação, porém, é necessário conhecer o cenário completo.

NATO OCUPA O BÁLTICO PARA INTIMIDAR A RÚSSIA

Sejam quais forem os governos que estejam em funções, o projecto anti-russo da NATO avança inexoravelmente. Parece que ninguém controla o assunto e que a Aliança assume uma vida própria sobrepondo-se aos executivos dos Estados membros. A colocação de um dispositivo nuclear nos países bálticos, acompanhada por uma sucessão de jogos de guerra sem interrupção na mesma região, é um novo passo na criação de um clima de tensão cada vez mais próximo do conflito aberto. Tensão acompanhada por despesas militares em progressão constante, em prejuízo dos investimentos sociais nos países aliados. E aumentando exponencialmente o tráfego aéreo militar, enquanto a actividade da aviação civil é restringida por causa do COVID.

NÃO HÁ COVID QUE TRAVE OS JOGOS DE GUERRA DA NATO

A NATO está a desconfinar os jogos de guerra na Europa que, em boa verdade, nunca chegou a confinar. Manobras militares vão decorrer durante duas semanas na Polónia – uma imensa base militar norte-americana – no âmbito dos envolventes e abrangentes exercícios Defender-Europe 20. Milhares de soldados dos Estados Unidos, o país mais atingido pela epidemia, desembarcam na Europa, continente onde se viveu uma carnificina, para queimar milhões de dólares e euros que seriam essenciais para os sistemas de saúde pública e uma genuína recuperação da economia.

ABAIXO A PANDEMIA, VIVA A GUERRA!

A Europa está fechada. Enquanto isso, 30 mil soldados norte-americanos invadem o continente até Julho nas maiores manobras militares em 25 anos. O que acontece na altura em que o presidente dos Estados Unidos decide banir as entradas dos europeus no seu país. Em pleno combate à pandemia de coronavírus, prioridade à guerra.

NATO CERCA E PROVOCA A RÚSSIA NO ÁRTICO

Em Março, cerca de 7500 efectivos de combate norte-americanos viajam para a Noruega, onde se juntarão a milhares de soldados de outros países da NATO numa imensa batalha simulada contra forças “invasoras” russas. Neste empenhamento com carácter futurista – que tem o nome de Cold Response (Resposta Fria) 2020 – as forças aliadas “realizarão exercícios multinacionais conjuntos num cenário de combate de alta intensidade em exigentes condições de Inverno”, explicam os militares noruegueses. À primeira vista parece ser mais um dos jogos de guerra da NATO mas, pensando melhor, o Cold Response 2020 nada tem de comum. Em primeiro lugar, é encenado acima do Círculo Polar Ártico, longe de qualquer anterior campo de batalha tradicional da NATO; e eleva para um novo nível a possibilidade de um conflito de grandes dimensões que pode terminar num confronto nuclear e na aniquilação mútua. Bem-vindos, por outras palavras, ao mais novo campo de batalha da Terceira Guerra Mundial.

WASHINGTON DECLARA GUERRA DO GÁS CONTRA A UE

Em novo e desesperado gesto para obrigar os europeus a consumir gás natural norte-americano, a preços muito mais elevados que o importado da Rússia, os Estados Unidos decidiram impor sanções contra as empresas europeias que participam na construção do gasoduto Nord Stream 2. Prestes a ser concluída, a obra enfrenta novo e dispendioso obstáculo que distorce grosseiramente a tão enobrecida “economia de mercado”. Mas como as sanções atingem interesses alemães e a própria economia da Alemanha existe alguma expectativa em saber como irá a União Europeia reagir a mais esta agressão dos aliados do outro lado do Atlântico.

COMO SE TRANSFORMA O BÁLTICO NUM “LAGO DA NATO”

Com manobras guerreiras, integração do espaço nórdico numa gigantesca rede de espionagem e ameaças permanentes vai-se transformando o Báltico num "lago da NATO"

A NATO E SETE DÉCADAS DE MENTIRAS, GUERRA E SANGUE

Nasceu mentindo ao mundo e com mitos e mentiras transfigurou-se na polícia global ao serviço de um império que espezinha a dignidade humana e a soberania dos povos, tanto aliados como inimigos. A NATO completa 70 anos de arbitrariedade, guerra e sangue sujando assim os conceitos de liberdade, independência e direitos humanos ao colocá-los sob a pata da "liberdade do mercado" e do complexo militar, industrial e tecnológico que governa os Estados Unidos e pretende administrar todo o planeta. Em Portugal a NATO não se discute, engendrando-se assim um conflito constitucional com o qual sucessivos governos têm vivido muito bem. O povo e a democracia é que não.

A UNIÃO EUROPEIA COMO CÂMARA DE ECO DE TRUMP

Há um fascínio por Trump na União Europeia. Parlamento e Comissão Europeia emitiram avisos contra a Rússia e a China que reproduzem tudo quanto Washington diz sobre as "ameaças" desses países.

BERLIM DIZ A BRUXELAS QUE NÃO TEM A VER COM NORD STREAM 2

A Comissão Europeia, fazendo a vontade a Washington, quis acabar com o gasoduto Nord Stream 2. A Alemanha disse-lhe para tirar daí o sentido e defendeu o negócio com a Rússia.

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